sexta-feira, 16 de outubro de 2009

No país da incompetência


Fulana disse que o sol
lá para os lados
do país da incompetência,
nasce quadrado.
Quadrado atrás de grades
que protegem casas e supermercados.

Fulana nasceu nesse país,
e tem, por isso, o costume
de andar com os olhos vendados
e ela diz que enxerga melhor assim

E são tiras de tecido escuro
que cobrem leis, preconceitos,
revolta, violência,
cobrem crimes...

Fulana disse também
que nesse país
todos têm direito de ir e vir:
Quando os transportes funcionam;
Quando a vida deixa;
Quando os passos são longos;
Quando a morte não chega.

Fulana disse que em seu país
todos são iguais debaixo da terra
(A morte democrática).
Fulana disse tudo isso.
E eu fiquei imaginando
que país era esse.


22.03.2001

Vilma Paz

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